Soneto Instinto - Yô Costa



Me faço já, um ser selvagem, sem paz
Torno-te minha e eis que jaz, na noite
Dos tempos, com teu beijo açoite em mim
Teu corpo liso, uma pétala de jasmim
Aumenta minha sede por ti, de tua taça,

Vou beber sem fim, até que nós não mais
Estejamos aqui, na aurora boreal, apenas
Calor real que me elucida a selvageria
E a torna a mais quente harmonia sentida
Por um casal que ao chegar ao clímax,

Não tarda a canção de um punhal em uma taça
De onde bebo em honra ao teu sentir torpe
E intrigante é a passagem do morno
Para o teu corpo em torno do meu

Faz-se minha, te faço a aurora nos olhos
Face tua, pintura de mil sonhos deixa
Minhas mãos unas com suas madeixas

Mas não me deixa sonhando com uma
Vida infinita com teu sonho e nossa transa
Pois que seja real o que nos traz esperança.

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